O PESO DA SANÇÃO NORMALIZADORA SOBRE CORPOS FEMININOS NA CONTEMPORANEIDADE

Augusta Cássia Schwtner David, Andréa Marques Benetti

Resumo


A proposta deste trabalho se apoia na busca do entendimento das condições de produção discursiva que propiciaram a emergência de comentários machistas, em especial no caso do ranking sexual exposto ao público do câmpus da ESALQ/USP, na cidade de Piracicaba, em junho de 2015. Nossos objetivos incluem observar o funcionamento dos discursos que refletem as relações de poder, expressões da sexualidade, gênero enquanto práticas discursivas de opressão na contemporaneidade e em contrapartida, as respostas representantes da resistência contra o discurso misógino e falocêntrico. Valer-nos-emos da abordagem francesa dos estudos de Análise do Discurso, teoria que teve em seu percurso inicial uma visão da Linguagem como expressão da Ideologia e do inconsciente, além de contarmos com a Teoria Queer como avalizadora para abarcarmos os conceitos de gênero em sua perspectiva da construção das hegemonias e dos subalternos em relação à normas sociais vigentes reforçadas pelos discursos. Dentre os autores relevantes dessas áreas, basear-nos-emos nas reflexões de Michel Foucault por conta de sua abordagem arquegenealógica em relação aos conceitos de sujeito, enunciado, discurso, relações de poder e (des)continuidade histórica que permitem ou interditam a produção e a disseminação dos saberes e vontades de verdade, ademais de encontrarmos na pedagoga Guacira Lopes Louro,  importante voz da Teoria Queer no Brasil, apoio para nosso percurso acadêmico. O escopo analisado abrange os comentários realizados na página de notícias www.g1.com – um dos sites onde a notícia foi veiculada.

Palavras-chave: ranking sexual; práticas discursivas; sujeito; enunciado; relações de poder. 


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