Arte Contemporânea -Rumos e desafios

Aureo Guilherme Mendonça

Resumo


O presente artigo propõe levantar algumas questões acerca do papel da arte na contemporaneidade. O artista no olho do furacão neo-liberal, pressionado pelo avanço de uma onda reacionária e que tem retomado a ampliação do fosso que separa a minoria privilegiada da grande massa de miseráveis que morre de fome ou vitima da enorme  violência urbana cujo crescimento é a marca registrada do nosso tempo. Para Baudelaire, desde o século XIX, a produção artística tem a obrigação de assumir seu papel de contestação dessa desigualdade e injustiça. Ao concordarmos com o poeta colocamos nosso olhar sobre os eventos que estão marcando nosso itinerário artístico e suas marcas sobre a História.


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Referências


O desenvolvimento de uma consciência crítica que permite ao homem transformar a realidade se faz cada vez mais urgente. Na medida em que os homens, dentro de sua sociedade, vão respondendo aos desafios do mundo, vão temporalizando os espaços geográficos e vão fazendo história pela sua própria atividade criadora. ( Freire, Educação e mudança).

O objetivo do Santander Cultural é incentivar as artes e promover o debate sobre as grandes questões do mundo contemporâneo, e não gerar qualquer tipo de desrespeito e discórdia. Nosso papel, como um espaço cultural, é dar a luz ao trabalho de curadores e artistas brasileiros para gerar reflexão. Sempre fazemos isso sem interferir no conteúdo para preservar a independência dos autores, e essa tem sido a maneira mais eficaz de levar ao público um trabalho inovador e de qualidade.

Desta vez, no entanto, ouvimos as manifestações e entendemos que algumas das obras da exposição Queermuseu desrespeitavam símbolos, crenças e pessoas, o que não está em linha com a nossa visão de mundo. Quando a arte não é capaz de gerar inclusão e reflexão positiva perde seu propósito maior, que é elevar a condição humana. (Santander, publicado na grande imprensa em 10/09/2017).

A grande mentira reina absoluta na sociedade estabelecida. Escutemos aqui Marcel Proust: “De tanto mentir para os outros, e também de mentir para si mesmo, não mais percebemos que mentimos”. Está dito e sacramentado! É essa mentira que é preciso esforçar-se para ultrapassar, se, por honestidade intelectual, se quer estar alinhado com a ambiência do momento, com o ruído do fim do mundo. (MAFFESOLI, 2012, pág. 4)


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