O CONTRASENSO DO VIRUS

AUREO GUILHERME MENDONCA

Resumo


Virus é um conceito que nos provoca sensações díspares: irrupção incontrolável de doenças nem sempre previsíveis, epidemias assustadoras ou pandemias devastadoras como essa atual do coronavirus. Também pensamos nas ações virulentas no universo digital, virus que se instalam em nossas máquinas e provocam um apagamento de nossos arquivos com resultados catastróficos se não tivermos feito um back up de nossos documentos. Por outro lado, o virus tem um efeito para além de suas sombras: nos fazer pensar acima de nossas bordas limitantes. Ouvir novos ruídos e enxergar paisagens inusitadas. Este artigo é um ensaio que vai percorrer essa veredas em busca de uma reflexão sobre o mundo a partir da abertura de novas janelas.

Palavras-chave: Virus; Comunidade; Reflexão


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Referências


Em primeiro lugar, sendo informal, a rede “guanxi” também deve ser sustentável. Em algum momento do futuro aquele que é ajudado retribuirá de uma forma que nenhuma das partes pode antever, embora ambas saibam que deverá ocorrer. “Guanxi” é um tipo de relacionamento que passa de geração em geração. Pelos padrões de um contrato ocidental, esse tipo de expectativa vaga não tem qualquer realidade; para o estudante, o funcionário governamental ou o empresário chinês, a expectativa em si mesma é sólida, pois os integrantes da rede punem ou desprezam aqueles que venham mais tarde a se mostrar indiferentes. Para nós, é uma questão de fazer com que as pessoas respondam no futuro por seus atos presentes. (SENNETT, 2012, p. 166)

Para a maior parte das pessoas das novas gerações, a defesa do livre acesso às redes de internet se tornou uma prioridade acima de qualquer outra demanda, uma vez que a livre comunicação é pré-requisito para suas práticas e experiências mais importantes, da música à política, do empreendedorismo à interação emocional. (CASTELLS, 2015, p. 31)

O ponto nodal de estar nesse mundo (mundanidade) e portanto, de aproveitar (festividade), é, a partir de então, o deslocamento do eu. Com efeito, contra o egocentrismo, alfa e ômega do pensamento e da ação modernos, é um “altercentrismo” que, progressivamente, se coloca no lugar. A alteridade serve de pivô à constituição e às representações do mundo social. (MAFFESOLI, 2014, p. 215)

Não é uma questão da arte usurpando a vida social, mas da arte indicando um refinamento da vida ao qual a sociedade ela mesma deveria aspirar. A arte define para quê vivemos, mas não é para a arte que vivemos. A questão, assim, está ao mesmo tempo aberta e fechada: quão generoso é ver a arte a serviço da vida, e quão paroquial imaginar que a arte sozinha define para quê vale a pena viver. (EAGLETON, 2011, p. 96


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