O Respiro da Arte em tempos de Pandemia

AUREO GUILHERME MENDONCA

Resumo


Nossa principal intenção é trazer para o debate da Artefactum a questão da nossa experiência com o projeto de extensão “Lona Cultural Virtual” imaginado para atuar como espaço de manutenção e questionamentos acerca do trabalho dos nossos artistas durante a pandemia. Se transformar em um picadeiro virtual que permite aos artistas de nossa região conversar com o seu público e divulgar seus trabalhos, ampliando as possibilidades de geração de renda. Ao mesmo tempo o projeto também abre uma janela para um debate quinzenal com lives que discutem questões relevantes no nosso âmbito cultural.


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Referências


Na verdade, a liberdade nunca é uma dádiva. É uma luta constante; é a capacidade de redefinir autonomia e pôr a democracia em prática em cada contexto social e tecnológico. A internet encerra um potencial extraordinário para a expressão dos direitos dos cidadãos e a comunicação dos valores humanos. Certamente não pode substituir a mudança social ou a reforma política. Contudo ao nivelar relativamente o terreno da manipulação simbólica, e ao ampliar as fontes de comunicação, contribui de fato para a democratização. A internet põe as pessoas em contato numa ágora pública, para expressar suas inquietações e partilhar suas esperanças. É por isso que o controle dessa ágora pública pelo povo talvez seja a questão política mais fundamental suscitada pelo seu desenvolvimento. (CASTELLS, 2003, pág. 135).

Nota-se que as políticas públicas orientadas para os patrimônios imateriais enfatizam o reconhecimento cultural como uma alternativa decisiva de construção e resgate da cidadania. São as expressões, justamente, o dado palpável e objeto de intervenção. Deste modo, ainda tratando do caso brasileiro, o jongo, o samba de roda do Recôncavo baiano, o samba carioca, o frevo, o acarajé, entre outros, tornam-se bens patrimonializados por sintetizarem modos de ser, agir e pensar reconhecidos e que dão a reconhecer uma “comunidade”, tornando-a idêntica entre si frente às alteridades internas à ecologia humana (Almeida, 2006). Ora, não é a toa que a convenção da Unesco, aprovada em 2006, se volta à “diversidade das expressões humanas”. (CASTRO/Org., 2010, pág. 18).

Se vier a existir uma comunidade no mundo dos indivíduos, só poderia ser (e precisa sê-lo) uma comunidade tecida em conjunto a partir do compartilhamento e do cuidado mútuo; uma comunidade de interesse e responsabilidade em relação aos direitos iguais de sermos humanos e igual capacidade de agirmos em defesa desses direitos. (BAUMAN, 2003, pág. 134).


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