CORPO-TRANSE NO CANDOMBLÉ: PERFORMANCE E COTIDIANO

Paulo Petronilio Correia

Resumo


Este  artigo tem como objetivo cartografar  a experiência estética com o corpo em transe no terreiro de candomblé. O Corpo é considerado como espaço em que se dramatiza e espetaculariza o ethos e a visão de mundo dos orixás na comunidade-terreiro. O transe é o momento me que o corpo se transfigura e o médium "recebe" o Orixá e o acolhe em sua pele, formando uma espécie de duplo , um corpo que se multiplica  e entra em devires na cena do cotidiano dos Terreiros. Assume como fundamento o olhar sobre o Cotidiano de Michel Maffesoli a partir das éticas e das estéticas que povoam as performances  que contornam e desenham o corpo em transe. Conclui-se que as   performances do Candomblé vão  desenhando as múltiplas identidades em que o corpo-transe se metamorfoseia e se transforma em obra de arte.


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