Relações discursivas de alteridade e corporificação: Narrativas de ingleses no Brasil
Resumo
Neste artigo exercito uma reflexão acerca da multifuncionalidade do corpo em associação com a produção discursiva enquanto expressões de linguagem, cultura e comunicação atemporal e sem fronteiras sobre as percepções ideológicas. Interpreto como os discursos[1] sobre o corpo, e pelo corpo, agenciam e reconstituem relações de cultura e de poder, muitas vezes, assimétricas. E como tais discursos representam cenários propícios para o desenvolvimento de estratégias em meio aos processos de adaptação de Steve, Peter e Robert, cidadãos ingleses que se mudam para a Terra Brasilis e alguns relatos de outras experiências sul-americanas. Finalizo, em uma pausa heurística, apontando como as experiências com alteridade e diversidade elaboram subjetividades nas intersecções entre gênero, migração e identidades culturais.
Palavras-chave: corpo; masculinidades; ingleses; língua; discursos.
[1] Os nomes dos entrevistados, esposas, amigos e outros que possam ter sido veiculados durante a narrativa foram modificados a pedido dos próprios. Utilizo alguns códigos na narrativa para indicar efeitos paralinguísticos a saber: [ ] pausa; [pl] pausa longa; [r] risos; [g] gargalhadas; [h] hesitação; [mt] mudança de tópico; [/] interrupção; sublinhado = entonacão forte; negrito = outra língua diferente da escolhida para a entrevista.
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PDFReferências
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