AS MÚLTIPLAS MORADAS DO SABER NA CIBERCULTURA

Aureo Guilherme Mendonça

Resumo


As práticas educacionais predominantes em nosso país e mesmo na maioria do nosso planeta já representam um espólio fossilizado em que seus sintomas básicos apontam para a necessidade de repensarmos toda a sua estrutura a partir da dinâmica da cibercultura. As novas tecnologias de informação passam a ter um papel proeminente nesse debate e negá-las pode significar a perda da oportunidade de sobrevivência do sistema educacional mesmo que em novos moldes. As experiências bem sucedidas nesse campo são a melhor prova dessa assertiva. 


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Referências


A arquitetura do ciberespaço propõe uma estrutura diferenciada para gerar a informação, as paredes virtuais também foram percebidas e estão em constante ebulição. John Perry Barlow complementa a ideia de liberdade na era da comunicação digital com os preceitos da fronteira eletrônica e sua luta para não deixar ninguém interferir no conteúdo da rede. Barlow (2007) preconiza que ninguém, nem o governo, deve ter domínio soberano pela internet e que as ideias não podem ser consideradas propriedade privada. E acrescenta que as leis de copyright são o novo imperialismo. (PRADO, 2011, p. xviii)

A ideia não era que as pessoas deveriam simplesmente reclamar da intensificação da vigilância por parte do Estado e coisas assim, mas que nós podemos – na verdade devemos -, construir as ferramentas de uma nova democracia. Podemos efetivamente cria-las com a nossa mente, distribuí-las aos outros e nos envolver na defesa coletiva. A tecnologia e a ciência não são neutras. Existem formas específicas de tecnologia que podem nos dar esses direitos e liberdades fundamentais que diversas pessoas passaram tanto tempo desejando. (ASSANGE, 2013, ps. 150/151)

O software livre, como instrumento de luta contra os monopólios corporativos da cultura, pode se aproximar dos movimentos sociais que tentam superar o paradigma distributivo, uma vez que não objetiva apenas a redistribuição de recursos, mas sobretudo a ampliação do poder de grupos até então excluídos daqueles recursos e, consequentemente, também da definição de seus usos. (FERREIRA e ROCHA, in MACIEL e ALBAGLI, 2011, p. 323).

É necessário romper com o aprisionamento de nossas certezas dogmáticas, com o enclausuramento de nossas seguranças teóricas, o umbiguismo de nossas pretensões cientificistas. Por que não aceitar a hipótese, corroborada empiricamente pelas histórias humanas, que, depois de ter sido fecundo, um paradigma pode tornar-se infecundo? (MAFFESOLI, 2012, p. 111)


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