O SIGNO COMO PERFORMANCE E PERFORMATIVIDADE DA LINGUAGEM

Paulo Petronilio Correia

Resumo


O objetivo é pensar e problematizar o conceito de signo à luz das noções de performance e performatividade. Ora, quando olhamos rapidamente parece que estes dois conceitos são as mesmas coisas. Isso não é verdade. A performance como linguagem dramatiza os signos e a complexidade da cultura e do mundo. Ela tem o poder de revelar as múltiplas ações cênicas e dramatúrgicas do homem na teia de relações que ele vive e convive. De todo modo, todas as nossas ações são performances por já estarmos e sermos sujeitos da linguagem. A performatividade tem um caráter de atos fala, como pretendeu Austin (1990). A noção de performatividade se alargou e extrapolou da linguística para os estudos de gênero para tentarem dar conta e responder questões inerentes aos dispositivos e discursividades que colocam em xeque a heteronormatividade compulsória, como pretendeu a norte- americana Judith Butler em seus estudos de gênero. Mas uma coisa não podemos negar: tanto a performance quanto a performatividade são signos que brotam e fazem brotar a linguagem. São criaturas da linguagem.


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Referências


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