NO ÂMBITO DO IMAGINÁRIO

Fabíola Menezes de Araújo

Resumo


Nosso artigo tem como fio condutor a questão da imaginação. Concebida na psicanálise lacaniana a partir do par significante-significado, junto à diferenciação entre representação-palavra e representação-coisa, como em Freud, a imaginação é tida atualmente como um dos pilares da psicanálise. Apresentamo-la na seguinte proposição: a partir da premissa que afirma que a relação entre uma palavra que nomeia, a representação-palavra, e um algo nomeado, a representação-coisa, não constitui-se de forma necessária, sendo cada relação, uma singularmente nascida junto à experiência do falante, chegamos à concepção que afirma poder se dar, na linguagem, uma dissociação no eixo das representações, isto é, que afirma existir uma falibilidade da parte do falante em dizer exatamente o que gostaria de dizer. A palavra maçã, por exemplo, poderia vir a nomear e a representar tanto a tentação do pecado original, quanto uma fruta que se come. Ambas as representações sendo passíveis de serem compreendidas, ou não, a partir de quem ouve. Essa compreensão não é fruto do acaso mas constitui-se a partir de uma história em que apresenta-se essa possibilidade – não só de podermos compreender o termo “representação” como relacionado a uma imagem particular, como a possibilidade de compreendermos que essa representação pode dissociar-se da “coisa representada”.

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