PENSAMENTO, LINGUAGEM E CONTEMPORANEIDADE
Resumo
RESUMO: Este artigo recoloca o confronto de Nietzsche com o cogito cartesiano, ressaltando como o pensamento, para Descartes, implica um eu pensante e uma ordem, privilegiando um lugar da linguagem e do pensamento distanciado da vida e de seus aconteceres. Apresenta a perspectiva vigente no período clássico a partir da qual o pensamento e a linguagem, restritos a um método e a uma ordem, interpretam o existente segundo a referência de um sentido universal. Discute como o pensamento do século XX lança o homem diante de outra possibilidade de interpretar, distante de qualquer universal. Conclui mostrando como o movimento estruturalista subverte a relação cartesiana entre sujeito e objeto, conhecimento e verdade, ressaltando um lugar da linguagem, no qual do lugar de quem fala é retirada toda potência, enquanto à palavra é conferido o poder de circular, ora finitizando, ora infinitizando o sentido.
PALAVRAS-CHAVE: Pensamento; Linguagem; Método; Discurso; Estruturalismo.
THOUGHT, LANGUAGE AND CONTEMPORANEITY
ABSTRACT: This article reintroduces Nietzsche’s confrontation with the Cartesian cogito, highlighting how thought, for Descartes, entails a thinking self and an order, favoring a place of language and thought detached from life and its happenings. It presents the mainstream perspective of the Classical period, from which thought and language, restricted to a method and an order, interpret the existing based on the reference of a universal sense. Also, it discusses how the twentieth-century thought puts man before another possibility of interpretation, far away from any universal. Finally, the article closes by showing how the structuralist movement subverts the Cartesian relationship between subject and object, knowledge and truth, emphasizing a place of language in which all power is removed from the place of the speaker, while the word is given the power to move around, sometimes finitizing, sometimes infinitizing sense.
KEYWORDS: Thought; Language; Method; Discourse; Structuralism.
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REFERÊNCIAS
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