DESPEDIDAS À FLOR DA TELA: SCRAPS ESCOLARES NAS REDES SOCIAIS VIRTUAIS

ROBSON FONSECA SIMÕES

Resumo


No esforço em poder observar com outros olhos as criatividades linguísticas nas despedidas dos usuários das redes sociais virtuais, mais especificamente das comunidades escolares do Orkut, numa possível reaproximação da minha tese de doutoramento, este artigo tem a vocação de examinar como  que os usuários pressupõem um processo ativo e contínuo de construção linguística nas expressões de despedidas. Os scraps são postados por sujeitos comuns que vivenciaram o cotidiano escolar, o que possibilita originar diversificadas formas de textualidade e gêneros discursivos. Alguns usuários não se despedem; quem sabe, dessa maneira, não pensem numa despedida com os colegas virtuais, estimulando, assim, um contato diário através dessa rede social virtual. Valho-me dos estudiosos Chartier (2002), Bakhtin (1999), Bauman (2011), Sibilia (2008) para me ajudar a pensar que os sujeitos também se constroem  nos diversos suportes das escritas pessoais. 


Texto completo:

PDF

Referências


ALBERCA, Manuel. La escritura invisible: testimonios sobre el diário íntimo. Madrid: Sendoa, 2000.

AYMARD, Maurice. Amizade e convivialidade. In: CHARTIER, Roger. História da vida privada, 3: da Renascença aos Séculos das Luzes. São Paulo, Companhia das Letras, 2009.

BAKHTIN, Mikhail. Problemas da poética de Dostoievski. São Paulo: Forense universitária,

___________. Marxismo e Filosofia da Linguagem. São Paulo: Hucitec, 1999.

BAUMAN, Zygmun. A Face humana da Sociologia. In: Estado de São Paulo online, 2011. Disponível em Acesso em 30/09/2011.

BRUNER, Jerome. Atos de significação. Porto Alegre: Artes Médicas, 1987.

BURKE, Peter. Popular culture in early modern Europe. London: Maurice Temple Smith, 1978.

CAMÕES, Luis de. Os Lusíadas. Rio de Janeiro: Ed. Klick, 1999.

CASTILLO GÓMEZ, Antônio (org.). História de La cultura escrita. Madrid: Trea, 2000.

CERTEAU, Michel de. A escrita da história. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1982.

CHARTIER, Roger. A aventura do livro: do leitor ao navegador. São Paulo: Fundação Editora da Unesp, 2007.

__________. A ordem dos livros: leitores, autores e bibliotecas na Europa entre os séculos XVI e XVIII. Brasília: Universidade de Brasília, 1999.

__________. Forms and meanings: texts performances and audiences from codex to computer. Philadelphia: University of Pennsylvania Press, 1997.

BOSI, Ecléa. Memória e sociedade, lembrança de velhos. São Paulo: Companhia das letras, 2000.

LEJEUNE, Philippe. O pacto autobiográfico: de Rousseau à internet. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 2009.

LÈVY, Pierre. Cibercultura. Tradução de Carlos Irineu da Costa. São Paulo: Ed. 34, 1999.

LISPECTOR, Clarice. Perto do coração selvagem. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1980.

MARCUSCHI, Luís Antônio. Análise da conversação. São Paulo: Ática, 1991.

MUZART, Zahidé Lupinacci. Do navegar e de navegantes. In: Congresso Nacional da Abralic. Florianópolis, 1998. Disponível em < http:// www.tripod.com/zahide.htm > Acesso em 20/07/2010.

NICOLACI-DA-COSTA, Ana Maria (org). Cabeças Digitais: O cotidiano na era da informação. Rio de Janeiro: Ed.Pucrio, 2006.

NUNES, Clarice; CARVALHO, Marta M. C. “Historiografia da educação e fontes”. In: GONDRA, José Gonçalves (Org.). Pesquisa em História da Educação no Brasil. Rio de Janeiro: DP&A, 2005, p. 17-62.

__________; CARVALHO, Marta Maria Chagas de. Historiografia da educação e fontes. Cadernos ANPEd, 1993, nº 5, pp. 7-64.

RICOUER, Paul. Tempo e narrativa. São Paulo: Papirus, 1994.

SANDMANN, A. J. Polissemia e Homonímia. In: NEVES, M. H. de. Descrição do Português. Revista do Curso de Pós-graduação em Linguística e Língua Portuguesa. Ano IV, n. 1. São Paulo: Unesp, 1990, pp. 98-127.

SIBILIA, Paula. O show do eu: a intimidade como espetáculo. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2008.

SOUZA, Elizeu Clementino. O conhecimento de si: estágios e narrativas de formação de professores. Salvador: Uneb, 2007.

VIÑAO, Antonio. Las autobiografias, memorias y diarios como fuente historico-educativa: tipologia y usos. In: TEIAS: Revista da Faculdade de Educação, UERJ. Rio de janeiro, n.1, jun. p. 82-97, 2000.


Apontamentos

  • Não há apontamentos.