"Labirinto Rizomático: A vertigem pós-moderna"

Aureo Guilherme Mendonça

Resumo


Vivemos essa experiência de sermos corpos híbridos, tanto no sentido espacial de ocuparmos mais de um lugar ao mesmo tempo e de estarmos sempre na linha fronteiriça cada vez mais esgarçada entre o real e o virtual, mas também no sentido de estarmos hoje vivenciando a fase do pós-humano, em que a presença do maquínico é cada vez mais decisiva na constituição do que somos. Nossos corpos interagem com frequência com inúmeras máquinas ao longo de todos os dias e delas já somos dependentes.

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Referências


O ciberespaço torna disponível um dispositivo comunicacional original, já que ele permite que comunidades constituam de forma progressiva e de maneira cooperativa um contexto comum (dispositivo todos-todos). (LÉVY, 1999, p. 65).

A internet põe as pessoas em contato numa ágora pública, para expressar suas inquietações e partilhar suas esperanças. É por isso que o controle dessa ágora pública pelo povo talvez seja a questão política mais fundamental suscitada pelo seu desenvolvimento. (CASTELLS, 2003, P. 135)

Um olhar investigativo das redes revela-nos que existe por trás um aparente caos, uma ordem complexa. Assim o labirinto fala-nos desse caos ordenado, de uma estrutura complexa que requer um tremendo esforço para ser decifrada. (LEÃO, 2002, P. 36)

Segundo algumas teorias modernas que lidam com a origem do espaço, do tempo e da matéria existe um “nada quântico”, uma entidade de onde universos-bebês podem surgir ocasionalmente chamada de “multiverso” ou “megaverso”. Em algumas versões, esse multiverso é eterno e, portanto, não criado: o multiverso dispensa a Primeira Causa. Essa existência cósmica atemporal, flutuações de energia a partir do “nada” ocorrem aleatoriamente, dando origem a pequenas bolhas de espaço, os universos-bebês. A maioria dessas flutuações desaparece, retornando à sopa quântica de onde vieram. Raramente algumas crescem. Um equilíbrio entre a força da gravidade e a energia armazenada no espaço permite que os universos-bebês surjam sem qualquer custo de energia. Ou seja, é possível, ao menos em tese, criar um universo a partir do nada: creatio ex nihilo. O tempo inicia sua marcha quando a bolha cósmica sobrevive e começa a evoluir, isto é, quando existem mudanças que podem ser quantificadas. Se nada muda, o tempo é desnecessário. (grifo meu) (GLEISER, 2010, P. 22)


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