ADAPTABILIDADE E DISCURSOS: A LUTA CONTRA O CÂNCER DE MAMA NO CIBERESPAÇO

Renata Martins Amaral

Resumo


A relação do humano com o computador na pós-modernidade, de um modo geral, tem apontado para a utilização da ferramenta como extensão do próprio corpo (MEY, 2009). Assim, o contexto digital revela-se frutífero à investigação e nele buscou-se analisar a adaptabilidade (MEY, 2013) de uma brasileira em tratamento oncológico da mama e seus discursos (CAMERON, 2014), principalmente, através de suas narrativas.  Para tanto, valemo-nos da interface entre narrativas (LABOV, 1972; SHIFFRIN, 1996; BASTOS, 2008; RIESSMAN, 2002), identidades (LANGELLIER, 2001) e performance (BUTLER, 1990; PEREIRA & CORTEZ, 2013). A investigação é de natureza qualitativa e interpretativa (DENZIN & LINCOLN, 2006) e cunho ciberetnográfico (THOMSEN, STRAUBHAAR & BOLYARD, 1998). Buscou-se com o presente estudo: (I) analisar a adaptabilidade da participante através de seu percurso no contexto digital; (II) identificar como as performances da participante contribuem para suas construções identitárias em diferentes espaços virtuais; e (III) compreender os tipos de discursos utilizados por ela em espaços digitais distintos. Percebe-se que a participante enfrenta as etapas de seu tratamento com garra e superação, e ressignifica suas experiências de lamentação tornando-as fonte de inspiração para outros sujeitos através de discursos de emoção, esperança e engajamento político.

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