DESIGN UNIVERSAL: AVALIAÇÃO DO ESPAÇO ARQUITETÔNICO, UMA ANÁLISE DIMENSIONAL DOS AMBIENTES DOMÉSTICOS DE PESSOAS COM MOBILIDADE REDUZIDA QUE UTILIZAM TECNOLOGIAS ASSISTIVAS

Rodrigo Bicalho Mendes, Túlio Marcio de Sales Tibúrcio

Resumo


Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que as expectativas de vida ao nascer, por sexo, para os brasileiros, projetadas para o período de 2000 a 2060, são de 81,6 anos para homens e 87,2 anos para mulheres, respectivamente. Com esse crescimento, tem-se uma maior probabilidade de ocorrerem problemas de saúde os quais podem limitar de forma permanente ou temporária, a mobilidade dessas pessoas. De uma forma geral, essas pessoas que têm limitada sua capacidade de relacionar-se com o meio e utilizá-lo, são denominadas pessoas com mobilidade reduzida. Todavia, a forma de utilização dos ambientes domésticos por esses usuários, dependerá de suas capacidades próprias e de como os ambientes forem projetados. Entretanto, se esses ambientes fossem projetados para atender às necessidades desses usuários que possuem mobilidade reduzida, proporcionaria uma melhoria na qualidade de vida e inclusão na sociedade. Dentro desse cenário, esta pesquisa teve como objetivo, fazer uma análise dimensional nos ambientes domésticos a fim de identificar barreiras que dificultem o uso das tecnologias assistivas por pessoas que possuem mobilidade reduzida. Foram analisados dez ambientes domésticos localizados na cidades de Ubá e Viçosa, a partir da ferramenta CASPAR - Avaliação Compreensiva e Soluções para Pessoas em Processo de envelhecimento, buscando avaliar as dimensões dos ambientes onde os usuários interagem com as tecnologias assistivas, permitindo tratar de forma mais eficaz os problemas do espaço, traduzindo as informações analisadas em soluções práticas para modificação desses ambientes. Para cada análise foram feitas medições e registros fotográficos para posteriormente serem comparadas com os padrões utilizados pela NBR 9050/2015 e pelo Design Universal de acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos. Como resultado, pode-se concluir que nenhum dos ambientes domésticos analisados atende aos princípios e diretrizes do Desenho Universal para uso por pessoas com mobilidade reduzida, pois possuem poucos pontos fortes, muitos pontos fracos e diversas áreas para melhorias no espaço.


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Referências


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