DRAMA SOCIAL DO PRESENTE: a tecnologia e os processos de subjetivação contemporâneos
Resumo
O presente trabalho pretende refletir sobre os processos de subjetivação na sociedade contemporânea, tendo como principal elemento as novas tecnologias e o ciberespaço. Esses novos processos de subjetivação geram novos modos de vida, que tencionam as estruturas epistemológicas da sociedade ocidental, assim as vidas na contemporaneidade são empurradas para o redemoinho da crise do sujeito que se intensifica quando as fronteias entre humanidade e máquina são borradas. A tecnologia e o mundo em rede permitem a emergência de novos espaços de sociabilidade e estes, por sua vez, produzem novos processos sociais e culturais, gerando, assim, a necessidade se de pensar estas novas interações sociais. A Cibercultura se apropria de mecanismos de subjetivação em massa, ela produz subjetividades em escala planetária. Para se refletir sobre tais apontamentos a metodologia utilizada foi a do drama social (Turner 1996), cuja estrutura é inspirada nos dramas de palco, cujas cenas são ações e tensões que se condensam em direção ao um clímax. Tal metodologia permitiu organizar o presente artigo em três fases: a ruptura, a crise e a intensificação da crise, isso acontece, porque as questões aqui apresentadas ainda não foram totalmente superadas ou acomodadas, o presente experimenta a intensificação de uma crise.
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PDFReferências
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