A FENOMENOLOGIA DA PRÁTICA PEDAGÓGICA DE UMA MÃE DE UMA CRIANÇA CEGA EM TEMPOS DO COVID-19: UM ESTUDO FENOMENOLÓGICO E EXISTENCIAL
Resumo
RESUMO: Este ensaio científico objetiva a descrever compreensivamente uma prática pedagógica realizada por uma mãe de uma criança com uma doença crônica, que se tornou cega devido essa enfermidade e se encontra em atendimento hospitalar em meio à pandemia do COVID-19. De cunho qualitativo, o presente estudo se baseia nos conceitos fenomenológicos e existenciais que se arremessam pelos discursos subjetivos relativos às experiências vividas pelo fenômeno, tais quais são percebidas por meio de narrativas. Os instrumentos utilizados foram narrativas, escutas empáticas, mensagens via Whatzapp, áudios, dentre outros realizados a partir das visitas in loco. Para a análise de compreensão de dados e embasamento da escolha pelo método fenomenológico, adotamos como fundamentos teóricos a psicologia fenomenológico-existencial de Rollo May e Paulo Freire, das quais nos apropriamos para desvelar os modos de ser vivido por uma mãe, no que diz respeito ao seu cotidiano existencial diante do filho que se tornou cego devido a uma doença crônica denominada de Craniofraringioma, além de outras vivências diárias que foram reveladas à consciência. A fenomenologia, sendo uma ciência eidética, constitui-se como método de fundamental relevância para que chegássemos à totalidade das experiências. A partir disso, esta investigação pelo modo de ser no mundo desvela a complexidade das experiências relacionais e psicológicas que a mãe sentiu durante o seu percurso ao acompanhar o filho em meio a COVID-19. A produção dos dados se deu a partir da utilização do uso do jogo de boliches (feito por ela) realizado no pátio de um hospital público e infantil, como recurso didático que possibilitou a ambos a coragem de criar, (re)inventando-se ao mundo vivido no pátio do hospital, permitindo o desvelamento da sua imaginação e revelando suas criatividades para potencializar o aprendizado fortalecendo as relações pessoais entre mãe e filho.
PALAVRAS CHAVES: mãe; fenomenologia, jogo e boliche
Texto completo:
PDFReferências
AUGRAS, Monique. O ser da compreensão: fenomenologia da situação de psicodiagnóstico: compreensão humana e ajuda ao outro. 7 ed. Petrópolis: Vozes, 1997.
BADINTER, Elisabeth. Um amor conquistado: o mito do amor materno. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1985.
BUSCAGLIA, Leo. Os deficientes e seus pais: um desafio ao aconselhamento. Rio de Janeiro: Record, 2010.
FORGHIERI, Yolanda Cintrão. Psicologia fenomenológica: fundamentos, métodos e pesquisa. São Paulo: Pioneira, 2014.
GORKI, Maxim. A mãe. Tradução: Sérge Persky e Augusto de Lacerda. S/c: Zero Papel/ Edições Digitais, 2013.
FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro: Paz & Terra, 2015a.
_______. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. Rio de Janeiro: Paz & Terra, 2015b.
_______. Extensão ou comunicação? Rio de Janeiro: Paz & Terra, 2015c.
_______. Pedagogia da esperança: um reencontro com a pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro: Paz & Terra, 2015d.
KISHIMOTO, T. M. O brincar e suas teorias. São Paulo: Pioneiro Thompson Learning, 2002.
MAY, Rollo. Psicologia existencial. 3. ed. Porto Alegre: Globo, 1980.
______, Liberdade e Destino. Rio de Janiero: Rocco, 1987.
______. A descoberta do ser. Rio de Janeiro: Rocco, 1988.
RIBEIRO, Jorge Ponciano. Conceitos de Mundo e de Pessoa em Gestalt-Terapia – Revisitando o caminho. São Paulo: Summus, 1997.
PINEL, Hiran. Apenas dois rapazes e uma educação social: cinema, educação e existencialismo. Vitória: Ed. do Autor, 2004.
________. A pedagogia hospitalar Brasil-Portugal: esboçando algumas pistas para o entendimento. In: PINEL, H.; SANT'ANA, A. S. C.; COLODETE, P. R. (org.). Pedagogia hospitalar numa perspectiva inclusiva: um enfoque fenomenológico existencial. Teresina: EDUFPI, 2015a, p. 80-83.
________. A pedagogia hospitalar numa perspectiva inclusiva: um enfoque fenomenológico-existencial. Teresina: EDUFPI, 2015b.
________. Os “modos de ser sendo junto ao outro no mundo”: filosofia, psicologia e educação. São Paulo: Clube de autores, 2017.
________. Prefácio: o ser de uma professora pomerana, sua pesquisadora e o próprio orientador. In: PINEL, Hiran; COSMO, Marciane. Memórias, experiências e sentidos de ser professora pomerana. Curitiba: Appris, 2018.
Apontamentos
- Não há apontamentos.