PERCEPÇÕES HERMENÊUTICAS E VISUAIS SOBRE A MODERNIDADE

Andre Krusser Dalmazzo

Resumo


A pretensão deste ensaio, de modo bem experimental, foi provocar a produção de imaginários sobre os conhecimentos humanos da modernidade e seus paradigmas, a partir das inter-relações das linguagens verbal e visual, mais especificamente, através de um exercício de leitura de imagens e textos que se complementam, e que tem a pretensão de gerar atmosferas contagiantes às percepções particulares das narrativas, pelo acréscimo da dimensão do sensível.

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Referências


“[...] toda atividade do pensamento ou filosófica e a atividade artesanal e científica se exercem unicamente no âmbito da experiência do próprio homem e não por intervenção de alguma divindade” (COMTE, 2000, p. 9).

Comte (2000, p. 23) considerava “[...] o estado metafísico como uma espécie de doença crônica naturalmente inerente a nossa evolução mental, individual ou coletiva, entre a infância e a virilidade”.

Sartre (2000, p. 18) diz que: “A existência da consciência desaparece totalmente por trás de um mundo de objetos opacos, que emitem, não se sabe de onde, uma espécie de florescência, aliás, caprichosamente distribuída, e que não desempenham nenhum papel ativo”.

Garnica (1997, p. 121) comenta que pesquisar é um exercício para compreendermos o mundo.

John Locke (apud SARTRE, 2010, p. 20), em seu “Ensaio sobre o entendimento humano”: “Nada existe no intelecto que não tenha passado pelos sentidos”.

. Como propunha Hegel, a dialética é o que torna possível o aperfeiçoamento da realização da realidade (MORA, 2000, p. 721)

Jürgen Habermas (2009, p. 198): “a experiência hermenêutica traz à consciência a posição do sujeito falante em relação à linguagem e ao mundo".

Dany-Robert Dufour propõe que:

O sujeito, tendo buscado no objeto a satisfação de seu desejo, pode apenas descobrir, sendo dada a natureza da pulsão, que “ainda não era isso”, que a falta que havia suscitado o desejo persiste. Ora, essa decepção consecutiva ao recebimento de cada objeto é a melhor aliada da extensão ampliada da mercadoria na medida em que ela só pode relançar o ciclo da demanda do objeto (DUFOUR. 2005, p.77).

Iluminura L’Hortus Deliciarum de Herrade de Landsberg (podendo ser visualizada em http://www.ricardocosta.com/artigo/boecio-e-ramon-llull-roda-da-fortuna-principio-e-fim-dos-homens).

Dufour (2005, p. 25) conjectura que o sujeito que se apresenta nos dias de hoje não é mais globalmente o mesmo que se apresentava a uma década.

Dufour (2005, p. 26): “[...] a ausência de enunciador coletivo que tenha crédito, cria dificuldades inéditas para o acesso à condição subjetiva e pesa sobre todos, e particularmente sobre os jovens”.

Dufour, quando ele diz:

[...] é no espaço vacante deixado por essa queda atual dos ideais do eu e do supereu em sua face simbólica que se entranha o mercado. Os publicitários já entenderam que partido poderiam tirar dessa derrocada do supereu para tentar instalar as marcas como novas referências. O mercado (notadamente o mercado da imagem) assim se tornou um grande provedor desses novos ideais do eu voláteis, em constante remanejamento (DUFOUR. 2005, p. 107).

Hebert Marcuse (1941): “Aquilo que é não pode ser verdade”.


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