INFERÊNCIA PRAGMÁTICA DO PORTUGUÊS ESCRITO POR SURDOS UNIVERSITÁRIOS
Resumo
Investigamos o processamento da inferência na produção da escrita em língua portuguesa como segunda língua, considerando a sintaxe-semântica. Especificamente, verificamos o processamento inferencial pragmático da língua portuguesa escrita por surdos universitários. Para isso, adotamos autores Quadros (1997) devido seus estudos sobre o ensino de língua portuguesa como segunda língua para os surdos. Adicionalmente, Silva (2018) apresenta os conceitos de inferências pragmáticas por meio de Monfort e Monfort (2013). Participaram 5 (cinco) surdos universitários, com idade entre 21 a 30 anos. O material de pesquisa foi retirado do Projeto de Extensão Curso de Português para Surdo, particularmente, o “Exercício 02-Português para Surdos”, composto de 10 (dez) questões, sendo 06 (seis) subjetivas de compreensão e 04 (quatro) objetivas de produção textual. Os participantes responderam as referidas questões por meio do formulário Google Forms, no período da pandemia. Para este trabalho analisamos apenas as inferências pragmáticas nas quatro questões de produção textual: 4,7, 9 e 10. Detectamos que os surdos universitários responderam as 4 questões recorrendo às estratégias de inferência pragmática, pois depreenderam informações implícitas e criticidade ao final do processamento de produção de textos de língua portuguesa. Tais evidências demonstram que os surdos, mesmo imersos na comunidade ouvinte, conseguem explorar seus conhecimentos psicolinguísticos e socioculturais.
Palavras-chave: inferência pragmática; português como segunda língua; surdos universitários
Texto completo:
PDFReferências
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRASIL. Decreto 5.626 de 22 de dezembro de 2005. Regulamenta a Lei no 10.436, de 24 de abril de 2002, que dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais - Libras, e o art. 18 da Lei no 10.098, de 19 de dezembro de 2000.
CHIKALANGA, Israel. A suggest taxonomy of Inferences for the reading teacher. Reading In A Foreign Language, Avaí, v. 8, n. 2, p.697-709, 1992. Disponível em: . Acesso em: 22 nov. 2016.
FERNANDES, S. Educação de Surdos. 2.ed.atual. Curitiba: Ibpex, 2011.
KOCH, I. V. ler e escrever: estratégia de produção. São Paulo Contexto, 2014.
LEÓN, José Antonio. La mejora de la comprensión lectora: un análisis interactivo. Infancia y Aprendizaje, Madrid, v. 56, p.5-24, jun. 1991. Semestral. Disponível em: . Acesso em: 16 dez. 2016 LEÓN, José António. Una introducción a los procesos de inferencias en la comprensión del discurso escrito. In: LEÓN, José António. Conocimiento y discurso: Claves para inferir y comprender. Madrid: Piramide, 2003. Cap. 1. p. 23-45. MARCUSCHI, Luiz Antônio. Compreensão textual como trabalho criativo. In: UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA. Prograd. Caderno de formação: formação de professores didática geral. São Paulo: Cultura Acadêmica, 2011, p. 89-103, v. 11. MONFORT, Isabelle; MONFORT, Marc. Inferencias y comprensión verbal en niños con trastornos del desarrollo del lenguaje. Revista de Neurología, Madrid, n. 56, p.141-146, 2013.
QUADROS, R., M.; SCHMIEDT, M. L. P. Ideias para ensinar português para alunos surdos. Brasília. MEC,SEEP, 2006. Disponível em: < http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/port_surdos.pdf>. Acesso em 03 dez. 2021
QUADROS, Ronice de Muller. Educação de surdos: a aquisição da linguagem. Porto Alegre: Artmed. 1997.
RIBEIRO, M. C. M. de A. O discurso acadêmico-científico produzido por surdos: entre o fazer acadêmico e o fazer militante. 2012. 262 f. Tese (Doutorado em Estudos Linguísticos). Faculdade de Letras. Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2012.
SILVA, Geraldo Emanuel de Abreu. Uma proposta para classificação das inferências: teorias revistas. Revista Tabuleiro de Letras (PPGEL, Salvador, online), vol.: 12; n. 02, p. 43 – 56. dezembro de 2018. Disponível em: < https://www.revistas.uneb.br/index.php/tabuleirodeletras/article/view/5184>. Acesso em: 17 jan. 2022.
Apontamentos
- Não há apontamentos.