O ASPECTO DO CUIDADO COMO DIMENSÃO ESPIRITUAL NO FAZER PEDAGÓGICO EM CLASSE HOSPITALAR

Luiza Elena Candido de Almeida, Sirlei Anacleto Martins, Hiran Pinel, ana karyne Loureiro Furley

Resumo


Esse artigo objetiva refletir o aspecto do cuidado como dimensão espiritual no fazer pedagógico, como aspecto humano relacionado à qualidade de vida presente no atendimento educacional hospitalar para crianças e adolescentes em tratamento ou em regime de internação hospitalar, sob a lente do teórico Leonardo Boff (2013). Para tal, apresentamos, um recorte da dissertação de Almeida (2021), do qual utilizando da metodologia de natureza qualitativa numa proposta de pesquisa exploratória, apresentou como produto, o Documentário “A Perspectiva do Cuidado na Classe Hospitalar”, tendo a participação de um professor, o coordenador da classe hospitalar e um estudante que esteve nesse espaço em momentos de tratamento de saúde, impossibilitado de freqüentar o ambiente escolar.


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Referências


[...] a classe hospitalar é um suporte para essa criança, funciona como uma terapia, se o professor tiver um olhar totalmente diferenciado para cada criança, vai ver a importância. Eu ficava impressionada de ver as crianças esperando o horário de ser atendida, de ir pra lá na sala e participar das aulas, aquela garra, vontade de querer aprender [...]. A princípio fiquei receosa de trabalhar com crianças em tratamento oncológico, mas com o tempo fui percebendo a importância do meu trabalho na vida dessas crianças e realmente não era só eu que estava fazendo o bem pra essas crianças, eles também estavam, foi um aprendizado muito grande pra mim, vendo a luta deles a garra deles. A princípio pensei que seria assim, que peninha, que dó, nunca trabalhei assim, sempre dando força, procurando mostrar que seria passageiro, ia passar, ia ficar bem, respeitando o limite dele, via que tinha vontade de estudar (ALMEIDA, 2021, p.77).

Compaixão: é a capacidade de se colocar no lugar do outro e sentir com ele. [...] toque de carícia essencial: tocar o outro é devolver-lhe a certeza de que pertence à nossa humanidade [...] uma manifestação de amor [...]; assistência judiciosa: o paciente precisa de ajuda e a enfermeira ou o enfermeiro deseja cuidar. A convergência destes dois movimentos gera a reciprocidade e a superação do sentimento de uma relação desigual. [...] devolver-lhe a confiança na vida: o que o paciente mais deseja é resgatar seu equilíbrio perdido e voltar a ser saudável. [...] fazê-lo acolher a condição humana: normalmente o paciente se interroga, perplexo: Por que isso foi acontecer comigo, exatamente agora em que tudo na vida estava correndo a contento? [...] A palavra tranquila e serena da enfermeira [...] ou do médico ou da médica pode dar-lhe paz e sossego (BOFF, 2013, p. 228-230).


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