Além da normatização binária do corpo: hibridismo e mestiçagens nas obras de Nan Goldin e Matthew Barney

Caroline Leal Bonilha

Resumo


Os artistas contemporâneos Nan Goldin e Matthew Barney têm suas obras marcadas pela presença do corpo. A especificidade é que esses corpos são representados na tentativa de operar através da apresentação de configurações corporais que desafiam as definições binárias de feminino ou masculino. Através da arte, são apresentados personagens criados por entre as limitações impostas pela tríade de gênero, sexo e desejo.  As personagens de Goldin e de Barney surgem entre as polaridades aceitas de feminilidade e masculinidade, sem serem uma ou outra coisa. Esses corpos, apresentados como arte, operam por meio de outra lógica, a da composição de possibilidades de desordem na ordem corporal historicamente dominante.  Propõe-se pensar sobre a forma como se articulam a historicidade do corpo e, certo tipo de performatividade, que emerge entre os ideais, talvez ainda modernos, de gênero, sexo e desejo. 


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