MÚSICA, RÓTULOS E MULHERES: REPRESENTAÇÕES SOBRE O CORPO

Jamylle Rebouças Ouverney-King

Resumo


O esforço que transcende as habilidades físicas e mentais pelo “corpo perfeito” é palco de discussões em várias esferas da sociedade, desde os questionamentos médicos ao apoio desmedido do panorama midiático. Este funciona, muitas vezes, como um dispositivo de controle corporal ou, no caso do artigo que trago, de crítica ao controle. O videoclipe “All about that bass” da cantora Meghan Trainor oferece um cenário propício para críticas em um universo multimodal (KRESS & van LEEUWEN, 2003) acerca do ideal de mulher esguia em comparação à mulher que possui um corpo de dimensões maiores. Aqui, ofereço uma interpretação sobre a construção do ser mulher, das relações de gênero e do controle corporal (JAGGAR & BORDO, 1997) em associação com a “subordinação social” (RUBIN, 1996) a que algumas mulheres se submetem à luz da Análise Crítica do Discurso (FAIRCLOUGH, 2010), usando como base os elementos verbais e não verbais dispostos no videoclipe e na canção. Desta forma, promovo uma revisão das relações de poder, de gênero, de alteridade e diferença perpassadas por dispositivos imagéticos e midiáticos na pós-modernidade.

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Referências


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