HIBRIDISMOS ENTRE O PORTUGUÊS E O INGLÊS NO JOGO ONLINE LEAGUE OF LEGENDS

Neide Domingues Silva

Resumo


Os jogos online, especificamente, os Massively Multiplayer Online Role-Playing Games (MMORPG), entre os quais, League of Legends (LOL), analisado neste artigo, são “ambientes transnacionais” (JACQUEMET, 2005, p.265) propícios a “práticas transidiomáticas” (op. cit.). Por se tratar de uma competição entre equipes, os jogadores necessitam interagir verbalmente acerca de estratégias com vistas à vitória. Essas trocas linguísticas ocorrem tanto durante o jogo quanto nos fóruns, outros ambientes transnacionais em que jogadores de várias nacionalidades buscam informações sobre o LOL.  Em servidores brasileiros, o “multilinguismo” (BLOMMAERT, 2013, p.13) verificado nesse jogo se configura, sobretudo, a partir da “comutação” (op.cit.) entre o Português e o Inglês, a partir do uso de vários termos em “Portuglês”, tais como, gankar e noobar, ainda não dicionarizados no Michaelis de Português, utilizado como fonte bibliográfica. Desse modo, refuta-se a falácia do monolinguismo, utopia de identidade nacional, com base na premissa de que o fenômeno de Globalização pressupõe inevitáveis entrecruzamentos linguísticos. Além disso, o uso linguístico em games desfaz o mito de que os dicionários contemplam todo o léxico de um idioma. Os “hibridismos” (BLOMMAERT e VARIS, 2013, p.157), formados a partir dos contatos entre línguas, continuarão sendo criados no Brasil, e no mundo, tanto on- quanto offline, independentemente da resistência de puristas defensores do monolinguismo.


Texto completo:

PDF

Referências


AULETE DIGITAL. Disponível em: < http://www.aulete.com.br/>. Acesso em: 15 jan. 2015.

BLOMMAERT, Jan. Introduction: New sociolinguistic landscapes. In:_______. Ethnography, superdiversity and linguistic landscapes: chronicles of complexity. Bristol: Multilingual Matters, 2013, pp. 5-28.

BLOMMAERT, Jan; VARIS, Piia. Enough is enough: The heuristics of authenticity in superdiversity. In: DUARTE, Joana; GOGOLIN, Ingrid (eds.). Linguistic Superdiversity in Urban Areas: Research approaches, 2013, pp. 143-160.

COSTA, Renata. Qual o idioma mais falado do mundo? set. 2009. Disponível em:

< http://revistaescola.abril.com.br/geografia/fundamentos/qual-idioma-mais-falado-mundo-mandarim-ingles-497578.shtml>. Acesso em: 16 jan. 2015.

JACQUEMET, Marco. Transidiomatic practices: Language and power in the age of globalization. Language & Communication, v. 25, 2005, p. 257-277.

MICHAELIS MODERNO DICIONÁRIO INGLÊS & PORTUGUÊS. Disponível em:

< http://michaelis.uol.com.br/moderno/ingles/index.php>.Acesso em: 15 jan. 2015.

MICHAELIS MODERNO DICIONÁRIO DA LÍNGUA PORTUGUESA. Disponível em:

< http://michaelis.uol.com.br/moderno/portugues/index.php>.Acesso em: 15 jan. 2015.

URBAN DICTIONARY. Disponível em: < http://www.urbandictionary.com/>. Acesso em: 15 jan. 2015.


Apontamentos

  • Não há apontamentos.