CAIU NA REDE É PEIXE – A CONSTRUÇÃO DE SIMULACROS NA WEB

Aureo Guilherme Mendonça

Resumo


A proposta deste artigo é levantar questões sobre o uso das informações na rede, especialmente quando se trata da forma como este assunto vem sendo tratado nas escolas. Quando percebemos que estamos diante de uma realidade escolar ainda conteudística, cartesiana e que privilegia a memória sobre a criatividade, sabemos que se faz necessário repensar todo esse modelo e refletir sobre o papel da internet como redefinidora dos papéis dos personagens que habitam o universo escolar.


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Referências


Hoje, o conceito de rede tornou-se uma espécie de chave-mestra ideológica, porque recobre três níveis misturados de significação: em seu ser, ela é uma estrutura composta de elementos em interação; em sua dinâmica, ela é uma estrutura de interconexão instável e transitória; e em sua relação com um sistema complexo, ela é uma estrutura escondida cuja dinâmica supõe-se explicar o funcionamento do sistema visível. (in PARENTE, 2013, p. 32).

As verdadeiras revoluções são, hoje, as rupturas oferecidas pelas tecnologias de comunicação, a começar pela internet, que realiza a utopia da associação universal pelas redes de comunicação. A rede leva sempre consigo um imaginário de transição, entre a liberdade de um sistema piramidal e hierárquico de que o Estado é o arquétipo e a promessa de um sistema futuro, o da associação universal, anunciador de um novo tipo de relação igualitária. (Idem, p. 34)

Os cypherpunks podem instituir um novo legado na utilização da criptografia por parte dos atores do Estado: um legado para se opor às opressões internacionais e dar poder ao nobre azarão. A criptografia pode proteger tanto as liberdades civis individuais como a soberania e a independência de países inteiros, a solidariedade entre grupos com uma causa em comum e o projeto de emancipação global. Ela pode ser utilizada para combater não apenas a tirania do Estado sobre os indivíduos, mas a tirania do império sobre a colônia. Os cypherpunks exercerão seu papel na construção de um futuro mais justo e humano. É por isso que é importante fortalecer esse movimento global. (ASSANGE, 2013, p. 22)

Não há ensino sem pesquisa e pesquisa sem ensino. Esses que-fazeres se encontram um no corpo do outro. Enquanto ensino continuo buscando, reprocurando. Ensino porque busco, porque indaguei, porque indago e me indago. Pesquiso para constatar, constatando, intervenho, intervindo educo e me educo. Pesquiso para conhecer o que ainda não conheço e comunicar e anunciar a novidade. (FREIRE, 2002, p. 32)

A ideia dominante de inclusão digital como forma de realização da justiça social, por exemplo, é uma justaposição mecânica que, seduzida por um discurso igualitário, desconsidera os fatores contextuais nos quais se dá essa inclusão. Nos discursos e práticas de inclusão digital, o acesso às máquinas informáticas é tomado como sinônimo de ascenção social ou de participação sociopolítica efetiva, quando na verdade, a informatização generalizada do cotidiano não faz senão o contrário: reforça as estruturas de subordinação e poder da cibercultura e capilariza as redes de produção internacionais até o espaço da vida privada. (CAZELOTO, 2008, p. 197)

(...) acho que o caminho para a renovação da educação no Brasil passa pelo coração e pela cabeça dos professores. Não tem a ver com nova lei, nem com novas instituições, nem com novos prédios. Se você não modificar a cabeça e o coração dos professores, nada acontecerá na educação. (in MOSÉ, 2013, p. eletrônica)


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